Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é!!

segunda-feira, 29 de março de 2010


Após duas semanas vivenciando a realidade da comoção nacional ao redor do julgamentos de acusados da morte de uma criança, fui questionada sobre minha opinião pessoal e profissional quanto a mentalidade dessas pessoas. Preferi me resguardar de alguns comentários, principalmente por perceber numerosas pessoas ligada à comoção e envolvimento do que a mídia passava.

Definir como são essas pessoas não é tão simples, transtorno de personalidade ou de conduta, psicopatia, sociopatia, borderline, entre tantos outros transtornos sociais que nomeiam esses fatos hediondos que estamos vendo no cotidiano. Não detalharei os sintomas e estereótipos deste transtornos para que não vivam a idéia persecutória de avaliarem a pessoa ao lado!
Um sociopata seduz, avalia suas fraquezas, acolhe a ponto de você achar que é insuficiente sem a presença dele e quando menos você percebe está num emaranhado de amor e ódio e sem conseguir sair. Mortes violentas, execuções sanguinárias, sofrimentos e perversidades vinda de pessoas do vínculo da vítima ou até mesmo familiares.... O que levou a sociedade a isso? O que se tornou a sociedade em que vivemos?

É a somatória de fatores, desencadeando, de maneira incontrolável, seres incapazes de vivenciar o sentimento alheio em busca do próprio prazer.

Quem sentiu na pele, descreve as dores emocionais e físicas destes atos, muitas vezes, tomando para si a culpa ou a sequela de uma atitude incontrolada ou despercebida no início da dita "loucura".
NÃO, a vítima não consegue percebe ou evitar, afinal as pessoas quando conhecemos são amáveis, alegres e simpáticas, essas mentes patológicas, aproveitando do seu poder de persuasão e sedução, subtraem a atenção e posteriormente o afeto, o amor... a vida!!

Eles estão aí, no nosso convívio, ao redor... e de quem é a culpa? Talvez de uma geração convicta de que a forma de educar não era a punição ou as regras, que deixar uma criança sem limites era uma forma democrática de crescer sem traumas... traumas que sem limites, hoje traumatizam outros!

Se não temos como evitá-los precisamos viver no medo de encontrá-los a qualquer momento?!?! Não, precisamos viver e perceber que as pessoas que querem nosso bem e nos amam realmente, respeitam nossa liberdade, admiram nossas conquistas e deixando espaço para vivermos ao seu lado e não apenas para eles.

Mas o mais importante é entendermos que paixão ou amor é a união de química, afetos, emoções, mas o respeito, individualidade e confiança são necessidades básicas em um relacionamento saudável.

Quando um amor é verdadeiro o respeito é o que mantém viva essa relação, se isso acabou é porque o amor deixou de existir!


segunda-feira, 1 de março de 2010

Despedir-se...


Esses dias, estava a pensar sobre despedidas....

Como despedir-se de pessoas e coisas que nos apegamos são difíceis, muitas vezes pelo egoísmo do sentimento "nosso", propriedade, muitas pelo medo e esquiva de lidar com perdas e tudo mais que envolve separações; a própria palavra já expressa divisão, separar, dividir, distanciar...

Todos sofremos e lidamos, momento a momento, com apego e perda, apegamos em algo/alguém por afinidade, emoção, compatibilidade e vivemos a perda por frustração, separação ou distanciamento (às vezes, a distância não é nem física).

Toda separação se torna difícil, porque desde o nascimento do ser, somos condicionados ao egoísmo, posse: minha mãe, meu pai, meu quarto, meus brinquedos, meus amigos, meu namorado, minha esposa... meu, minha, meu.... Tudo é posse e propriedade! Não é culpa nossa e nem de ninguém, é a criação do mundo, da sociedade!

Por isso, a separação, perda e desapego é difícil e muitas vezes insuportável, mesmo quando a razão de tal distanciamento seja clara e necessária.

É dolorido a separação de um casal, é sofrida o distanciamento de um filho que vai morar longe, a demissão de um emprego, a briga entre amigos, a perda de um anel... não importa o valor material ou sentimental da separação, ela será emotiva (em diversas intensidades) e sofrida pela vivência.

Mas, como toda ferida, dói, mas cicatriza, na maioria das vezes, a separação nos transforma, tornando fortes e preparados (ou não) para novos apegos e superações possíveis.

Então, devemos manter um distanciamento racional e não se envolver para evitar o sofrimento? CLARO QUE NÃO!!! O vínculo é necessário, precisamos e faz bem viver uma apego saudável, da emoção de ter algo/alguém perto, de temer perder, de valorizar a presença e alegrar-se ao reencontro. Se fosse tão desnecessário o vínculo, o cordão umbilical seria rompido sozinho e não pelas mãos de outro.

Fechar um ciclo, seja em qual situação seja, é bom, muitas vezes, dói, recuamos e retrocedemos, mas despedir, dar adeus, fechar a porta, é amadurecer. A borboleta precisa da dor intensa de sair do casulo, para ter força e aprender a bater asas e voar!!

O sofrimento calcifica a experiência, enriquece a vivência e nos torna forte para novas etapas.

É o preço do sucesso! Vá... voe...